Coronavac e Oxford-AstraZeneca: entenda sobre as vacinas


Em janeiro, iniciou-se a vacinação contra a covid-19 no Brasil, após a aprovação para uso emergencial de duas vacinas pela Anvisa. Essas vacinas serão produzidas por dois institutos renomados no país: o Instituto Butantã produzirá a Coronavac e a Fiocruz produzirá a vacina de Oxford-AstraZeneca. Ambas atingiram os níveis de eficácia solicitados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Além disso, ambas se mostraram seguras durante as fases de estudos. Até o momento, nenhum efeito adverso grave foi relatado com essas duas vacinas.

A Coronavac é uma vacina que utiliza o coronavírus inativado, ou seja, o vírus recebe uma tratamento químico que o mata, fazendo com que ele não seja capaz de causar a doença, mas mantendo a sua estrutura, que é importante para produzir a resposta protetora.

A vacina de Oxford-AstraZeneca utiliza um outro vírus chamado adenovírus, que recebe uma manipulação genética. Esse vírus funciona como um cavalo de Tróia. Ele não é capaz de causar doença em seres humanos, mas como foi manipulado, produz a resposta contra o coronavírus. Caso a pessoa entre em contato com o coronavírus, uma resposta já estará montada para combatê-lo.

A eficácia de uma vacina é calculada através da comparação dos resultados entre o grupo vacinado e o grupo controle (placebo). Ela representa a chance que uma pessoa não vacinada tem de adquirir a doença quando comparada a pessoa vacinada. Por exemplo: a Coronavac tem uma eficácia global de 50,38%. Isso significa que no grupo que foi vacinado, a chance de alguém desenvolver a covid-19 é menos da metade que a chance de desenvolver covid-19 do grupo não vacinado.

É importante observar que esse conceito é populacional e não reflete a resposta imunológica individual, ou seja, a pessoa que desenvolve resposta imunológica com a Coronavac, teoricamente, desenvolve mecanismos de proteção contra a covid-19. Infelizmente, algumas pessoas não apresentarão resposta à vacina e continuarão sujeitas a infecção pelo coronavírus. Da mesma forma, a vacina de Oxford-AstraZeneca tem uma eficácia aproximada de 70%, ou seja, de cada 10 pessoas vacinadas, 7 desenvolverão a resposta protetora.

Ainda vai levar tempo para observarmos uma diminuição significativa na transmissão da covid-19 e considerar a epidemia controlada. Independente da resposta vacinal, todas as medidas de controle da doença recomendadas atualmente (uso de máscaras, higienização das mãos, evitar aglomerações etc.) devem ser mantidas, pois, no momento, são as mais eficazes e seguras para diminuir a transmissão do coronavírus e controlar a epidemia.



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